terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Enquanto a cidade dorme


E era justamente enquanto toda a cidade dormia que ela ficava inquieta, inconsolável. Era justamente quando todos dormiam que ela ficava acordada não por não ter sono, pois isso ela tinha e tinha em demasia, mas era pelo fato de estar justamente cansada que ela ficava acordada, pois o cansaço dela era físico e mental. E o cansaço mental é que preocupa pois ele está muito além de ser entendido.

O cansaço mental consome e desnorteia de tal maneira que ela chegava a conversar com a lua, a sua única companhia naquela noite e sua única amiga, é fato que ela é inconstante, que tem várias faces, mas a diferença que se encontrava na lua era que ela não esconde suas diversas faces de ninguém, ela não trata com falsidade os outros e não demonstra antipatia e descriminação por ninguém, ela é a mesma com todos sem tirar nem por...

E era nisso que a menina pensava, que a lua não a cobra de nada, que com a lua ela não se sente obrigada a nada que não queira, não importa qual caminho ela toma a única certeza que a menina tinha era que a lua a acompanharia sem problemas para onde ela for. Se ele decidisse abandonar a faculdade, ou melhor se ela decidisse fazer a faculdade, se ela pegasse a mochila e a jogasse nas costas disposta a conhecer o mundo, ou até mesmo se a decisão dela fosse permanecer em casa deitada na cama para sempre.


A única verdade que a garota carregava em seu coração era que jamais a lua iria lhe abandonar mesmo sendo inconstante, aliás era nisso que a menina tanto invejava a lua: ela era inconstante. Era inconstante e ninguém reclamava disso nela, ao contrário as pessoas admiram isso na lua, mas não podem em hipótese alguma suportar isso no ser humano.

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